segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Avé Maria do Povo
Boas Festas
Só assim seriamos todos felizes, pois não havia necessidade de uns terem tanto e outros tão pouco.
Se tudo fosse bem distribuido, haveria mais amor a dar e a receber.
Assim sendo, vamos todos lutar para sermos simpáticos e amáveis com o próximo, nunca deixando de ajudar só porque temos vergonha ou indiferença.
Ajudemos a melhorar, a sorrir e a ajudar!
Feliz Natal e um grande e próspero 2009.
sábado, 6 de dezembro de 2008
Concertos de Natal
21 horas - Salão Nobre da colectividade
16 horas - Sala de espectáculos da colectividade
14 de Dezembro (domingo)
16 horas - Auditório da colectividade
14 de Dezembro (domingo)
Direcção: Maestro Manuel Henrique Ruivo
19 de Dezembro (sexta)
21 horas - Salão Nobre da colectividade
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Autobiografia
Conhecerão o que fiz ao longo destes meus quase 23 anos de idade, nesta minha autobiografia.
Nasci a 1 de Janeiro de 1986 em São Sebastião da Pedreira - Lisboa, tendo adoptado como minha terra o Seixal.
Iniciei os estudos musicais aos 12 anos na Sociedade Filarmónica União Seixalense, vulgo “Os Prussianos”, com Cláudia Cunha e Marco Rosa.
Aos 13 anos ingressei na banda como executante de trompete e aprofundo os meus estudos na Academia de Música e Belas Artes Luísa Tódi e no Conservatório Regional de Setúbal, onde frequentei o curso oficial de trompete.
Na minha formação descacam-se os professores: Maestro José Augusto Carneiro, a Maestrina Filipa Palhares, Raul Avelãs, António Laertes, Maria do Céu Santos, Bárbara Villalobos e Carlos Marques.
Em 2005 participei no Concurso Internacional “Flicorno D’Oro” em Riva del Garda - Itália tendo obtido o 3º lugar com a Banda Filarmónica da Sociedade Imparcial 15 de Janeiro de 1898 de Alcochete. No mesmo ano recebi a Medalha de Mérito Cultural da Câmara Municipal de Alcochete, conferida pelo Sr. Presidente da Câmara José Dias Inocêncio.
Participei com a mesma banda no Concurso Internacional de Bandas de Vila Franca de Xira, onde obtive os primeiros lugares na 1ª Categoria e na Categoria Banda Taurina.
Como convidado, toco em várias bandas filarmónicas do país e já fui membro da Orquestra Ligeira e do Coro de Câmara do Conservatório Regional de Setúbal.
Gravei três CD’s, sendo o mais importante para mim o “Marés”, gravado com a banda da S.F. União Seixalense em 2005, onde sou solista no trio para trompetes “Bugler’s Holiday”, de Leroy Anderson.
Leccionei Educação Musical na Escola Básica do 1º Ciclo dos Foros de Amora.
Actualmente estudo na Escola de Música do Conservatório Nacional, em Lisboa, no curso de canto, tendo como professora da disciplina Filomena Amaro.
No Conservatório Nacional estudo ainda Análise e Técnicas de Composição (com Carlos Gomes), Formação Musical (com Cláudia Casquilho), Acústica e História da Música (com Helena Lima), Coro (com Tiago Marques) , Piano (com Cristina Cardoso), Alemão (com Barbara Schilling Tengarrinha) e Italiano (com Marcello Sacco).
Como em iniciação à composição de obras, fiz orquestrações de várias músicas, destacando-se a "Desfolhada Portuguesa" para orquestra e guitarra, de Nuno Nazareth Fernandes com letra do José Carlos Ary dos Santos. Sou autor de algumas Marchas Populares do Seixal, cuja letra é do Vitor Perdigão, fui membro fundador do Grupo Musical de Animação de Rua "Algazarra & Companhia" e fui músico na Grande Marcha de Alcântara.
domingo, 16 de novembro de 2008
Simone de Oliveira na SIC
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Porque Cultura Nunca É Demais
domingo, 9 de novembro de 2008
O Seixal em Évora
Os Algazarra & Companhia e o Grupo Cénico da Sociedade Filarmónica União Seixalense deslocaram-se à cidade património mundial para actuar e animar os eborenses.
Saímos do Seixal às 8h20 e, assim que chegámos a Évora, começamos a tocar para acordar qualquer dorminhoco que ainda ressonásse.
Fomos a tocar até à Praça do Giraldo e depois seguimos até ao jardim do Rossio, terminando na muralha do parque das merendas. Enquanto os Algazarra actuavam, os actores do Grupo Cénico distribuiam panfletos a anunciar a soireé.
Quando se aproximou a hora do almoço, dirigimo-nos à casa que nos acolheu, a Sociedade Recreativa e Dramática de Évora.
O almoço decorreu com normalidade e carregou baterias àqueles que estavam enfraquecidos.
Durante a tarde os Algazarra voltaram à carga, tocando pelos bairros menos centrais da cidade e parando o trânsito!
Na viagem até ao primeiro bairro, fomos na bagageira de uma Ford, onde faltava o equilíbrio a cada curva e a cada lomba... Começava então a parte aventureira da história!
Após animarmos os bairros, tivemos tempo livre para tocar ad libitum e até pedir esmola! O grupo juntou-se a tocar e alguns de nós, com o chapéu do actor Rogério, iamos facturando e até na rotunda da fonte luminosa se tocou, voltando a parar o trânsito naquela tarde de domingo.
Depois fomos convidados para animar os jogadores e adeptos do Sport Lisboa e Évora onde tocamos o passodoble "El Barbaña" no meio de muita alegria.
A viagem para o SLE e a volta foram feitas numa carrinha de caixa aberta com os Algazarra no interior a tocar! Havia música ambulante ao pôr-do-sol em Évora.
A alegria dos Algazarra era contagiante fazendo algumas pessoas parar os carros e sair das casas para dançarem e cantarem as músicas conhecias que eram entoadas.
Seguiu-se o jantar, onde um dos principais temas de conversa foi amor e sexo! A entrada foi o resto do almoço e a sopa foi de feijão, onde os efeitos secundários foram expelidos pela válvula do Gil na viagem de regresso ao Seixal.
À noite, o teatro imperou. Subiu ao palco "Os Figurantes" pelo Grupo Cénico A Fénix, sendo um momento exemplar representado pelo grupo e assistido pela plateia que enchia a sala da SRDE.
Foi um dia bem passado onde o humor foi rei e que deixou saudades a todos os que foram.
Bem-Hajam!
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
172º Aniversário do Concelho do Seixal
Imagem: Praça da República, Baía, Moinhos de Maré e Ponta dos Corvos.
O Seixal tem na origem do seu nome os seixos - pedras arredondadas pela corrente das marés.
Foi no Seixal que os irmãos Vasco e Paulo da Gama construiram as embarcações para a viagem até à Índia. Enquanto Vasco da Gama estava em Lisboa a preparar a viagem, Paulo da Gama comandava os carpinteiros e calafates na construção das naus. Estêvão da Gama, pai dos navegadores, foi comendador do Seixal.
No início do século XVI, a população rondava as três dezenas de fogos e no dealbar do séc. XVIII, o número de habitantes ascendia a cerca de 400 pessoas. Actualmente, o Concelho tem 180 mil habitantes.
A organização administrativa e territorial do Seixal sofreu várias alterações ao longo dos tempos. Assim, na época de Quinhentos, o povoado do Seixal fazia parte da freguesia de Arrentela, estando incluído no termo de Almada. Só após a revolução liberal, na sequência da reforma administrativa de 1836, no reinado da rainha Dona Maria II, é que viria a ganhar direitos de concelho.
Dispersão
Porque eu era labirinto,
E hoje, quando me sinto,
É com saudades de mim.
Passei pela minha vida
Um astro doido a sonhar.
Na ânsia de ultrapassar,
Nem dei pela minha vida...
Para mim é sempre ontem,
Não tenho amanhã nem hoje:
O tempo que aos outros foge
Cai sobre mim feito ontem.
(O Domingo de Paris
Lembra-me o desaparecido
Que sentia comovido
Os Domingos de Paris:
Porque um domingo é família,
É bem-estar, é singeleza,
E os que olham a beleza
Não têm bem-estar nem família).
O pobre moço das ânsias...
Tu, sim, tu eras alguém!
E foi por isso também
Que te abismaste nas ânsias.
A grande ave dourada
Bateu asas para os céus,
Mas fechou-as saciada
Ao ver que ganhava os céus.
Como se chora um amante,
Assim me choro a mim mesmo:
Eu fui amante inconstante
Que se traiu a si mesmo.
Não sinto o espaço que encerro
Nem as linhas que projeto:
Se me olho a um espelho, erro —
Não me acho no que projeto.
Regresso dentro de mim
Mas nada me fala, nada!
Tenho a alma amortalhada,
Sequinha, dentro de mim.
Não perdi a minha alma,
Fiquei com ela, perdida.
Assim eu choro, da vida,
A morte da minha alma.
Saudosamente recordo
Uma gentil companheira
Que na minha vida inteira
Eu nunca vi... Mas recordo
A sua boca doirada
E o seu corpo esmaecido,
Em um hálito perdido
Que vem na tarde doirada.
(As minhas grandes saudades
São do que nunca enlacei.
Ai, como eu tenho saudades
Dos sonhos que não sonhei!...
E sinto que a minha morte —
Minha dispersão total —
Existe lá longe, ao norte,
Numa grande capital
Vejo o meu último dia
Pintado em rolos de fumo,
E todo azul-de-agonia
Em sombra e além me sumo.
Ternura feita saudade,
Eu beijo as minhas mãos brancas...
Sou amor e piedade
Em face dessas mãos brancas...
Tristes mãos longas e lindas
Que eram feitas Pra se dar
Ninguém mas quis apertar
Tristes mãos longas e lindas
Eu tenho pena de mim,
Pobre menino ideal...
Que me faltou afinal?
Um elo? Um rastro?... Ai de mim!...
Desceu-me na alma o crepúsculo;
Eu fui alguém que passou.
Serei, mas já não me sou;
Não vivo, durmo o crepúsculo.
Álcool dum sono outonal
Me penetrou vagamente
A difundir-me dormente
Em urna bruma outonal.
Perdi a morte e a vida,
E, louco, não enlouqueço...
A hora foge vivida,
Eu sigo-a, mas permaneço,..
Castelos desmantelados,
Leões alados sem juba.
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Simone de Oliveira de Perfil
1. DESFOLHADA PORTUGUESA
4. NÃO TE PEÇO PALAVRAS
1 . YESTERDAY
sábado, 25 de outubro de 2008
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
sábado, 18 de outubro de 2008
Estrela da Tarde
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça
E o meu corpo te guarde.
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria
Ou se és a tristeza.
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza!
sábado, 11 de outubro de 2008
Roda da Sorte
Comigo participou a Carla - uma professora de português do Porto, e a Claudina - cortadora de carnes no Jumbo de Setúbal.
Todo o programa foi fantástico. A Carla lia palavras de trás para a frente e era super bem disposta e a Custodia era malandreca...
Durante o jogo, o Herman fez algodão-doce, brincou e até cantou a Desfolhada comigo.
A bela Vanessa parecia uma Barbie de tão bonita e elegante, caracteristicas que também faziam parte da vencedora, a Carla.
Passa na televisão dia 13 ou 14 de Outubro.
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Morro, Mas Morro de Pé
Navego pelos meus sonhos
Como se fossem sempre os últimos,
Como se acabasse naquele momento
A minha vontade de viver.
Mesmo naqueles dias em que não estou bem comigo mesmo
Penso naqueles de quem mais gosto.
A família e os meus três grandes amigos
Que sei que um dia me hão-de ver partir
Para melhor? Para pior?
Não sei. Não imagino. Não perguntarei.
Quero que a minha vida seja
Uma luta contra aquilo que está errado,
Uma cantiga de amor para os meus amigos,
Uma cantiga de amigo para os meus amores.
Se viver mais do que aquilo que devo,
Então morro.
Morro, mas morro de pé.
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Lisboa de Fronte Não Sabe Quem És
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Uma Salva de Palmas
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Esta Lisboa Tem o Sol da Primavera
Uma visita para recordar!
domingo, 20 de julho de 2008
Tango Ribeirinho
Que Lisboa abre os olhos
Quando acorda de manhã
À cabeça da peixeira
Há fruta-do-mar aos molhos
Que põe mais sal na manhã
É à beira da ribeira
Que os marujos vão curtir
Os restos da bebedeira
Que apanharam a sorrir
É à beira da ribeira
Que acorda a cidade inteira
Que apregoa a vendedeira
Que a gente gosta de ouvir
REFRÃO
Este tango ribeirinho
Sabe a Tejo e sabe a vinho
Este tango da cidade
Tem navalhas de saudade
Tem punhais de solidão
A doer devagarinho
Dentro do meu coração
Este tango ribeirinho
Tem fragatas de carinho
Tem andorinhas nas telhas
E cravos de por na orelha
Sardinheiras encarnadas
Junto às toalhas de linho
Penduradas nas sacadas
Este tango ribeirinho
É à beira da ribeira
Que há canalhas e há malandros
E mulheres de meia-porta
Mas à beira da ribeira
Há cabazes de morangos
Que ainda nos sabem a horta
É à beira da ribeira
Que vai esperar o estivador
Numa manhã toda inteira
Que lhe comprem o suor
É à beira da ribeira
Que um ramo de erva cidreira
Traz a ternura e cheira
A Lisboa, meu amor
REFRÃO
Letra: José Carlos Ary dos Santos
Música: Nuno Nazareth Fernandes e Thilo Crassman
terça-feira, 15 de julho de 2008
Novo Espaço Cultural
Este espaço contempla uma biblioteca, livraria, uma zona de leitura, de exposições e um cantinho reservado a actuações musicais e teatrais. Num futuro próximo terá computadores com ligação à internet e, quem sabe, uma sala de chá.
O espaço promoverá a cultura, com concertos por instrumentistas, palestras, debates, animação teatral e infantil.
domingo, 13 de julho de 2008
Sete Letras
dói no corpo devagar
cada vez que tu não vens
sábado, 12 de julho de 2008
Cinco Quadras, Cinco Pedras
eras um barco de mágoa
ancorado na saudade
dos meus olhos rasos d'água.
Meu amor se fosses rio
corrias pelo meu corpo
no meu olhar fogo morto.
Meu amor se fosses vaga
rebentarias em mim
com esta maré de raiva
que me vai levando ao fim.
Meu amor se fosses vento
rugias neste deserto
aonde soa um lamento
dos meus dois pulsos abertos.
Meu amor se fosses pedra
caías na solidão
deste lago de ternura
a que chamo coração.
sexta-feira, 4 de julho de 2008
Quando Ouvires Alguém Morrer...
Esta frase (e respectivo insólito) ficou para sempre na memória daqueles que participavam na conversa.
Mas tal como esta frase, muitas outras surgem no momento exacto e no diálogo certo, tais como: "Fecha o vidro porque está sol!", que eu disse para o Ricardo dentro do carro ou o famoso "Ena pá, ena pá!" da Matilde no estacionamento do Rio Sul quando via o tablier de um carro cheio de talões de parqueamento e surgiu a proprietária desse veículo (o primeiro "Ena pá" foi de espanto pelos talões; o segundo pelo susto ao ver a dona do carro).
Também surgem afirmações pertinentes: "O primeiro rei de Portugal também não nasceu em Portugal.", aquando uma conversa sobre jogadores da nossa selecção de futebol que não nasceram em Portugal; "Ontem a Itália perdeu." - diz o Ricardo, "Contra quem?" - pergunta a Catarina, "Contra a Espanha." responde o primeiro, "Então a espanha foi eliminada?" -conlui a Catarina.
"Hoje está nuvens!" diz a Margarida e o Ricardo conclui "Mas o sol está no céu!" foi também um insólito interessante de uma conversa de final de tarde.
Mas há muito mais como o "Rabo do cú" ou a "Massa de esparguete" que surgiram noutros tempos.
Por agora não me lembro de mais, mas sempre que se lembrarem de outra avisem-me.
Abraços.
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Apenas o Meu Povo
Quem disse que esta noite foi perdida?
Quem pôs na minha alma magoada
As palavras mais tristes que há na vida?
Quem me disse saudade em vez de amor?
Quem me disse tristeza em vez de esperança?
Quem me lançou a pedra do terror
Matando o cantador e a criança?
Quem fez da minha espera desespero?
Quem fez da minha sede temperança?
Quem me dando tudo quanto eu quero
Da minha tempestade fez bonança?
Quem amainou os ventos do meu corpo
E saciou o mar da minha fome?
Quem foi que me venceu depois de morto
E soletrou as letras do meu nome?
Quem foi que me fez servo sem servir?
Quem foi que me fez escravo sem querer?
Quem foi que disse que eu podia ir
Tão longe quanto nós podemos ser?
Apenas quem me viu calado e triste
E despertou em mim um mundo novo,
Apenas a esperança que resiste
Apenas o meu sangue, apenas o meu povo.
Apenas a esperança que resiste
Apenas o meu sangue, apenas o meu povo.
Poema de José Carlos Ary dos Santos
Música de Fernando Tordo
Intérprete: Simone de Oliveira
Ganhou o Prémio de Interpretação no Festival RTP da Canção de 1973
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Era bom mas acabou-se...
No passado dia 10 de Junho, a Sociedade Filarmónica União Seixalense encerrou as comemorações do 137º aniversário com chave de ouro levada a bom porto pela prata da casa.
O espectáculo de variedades produzido pelo Grupo Cénico A Fénix e pelos Algazarra & Companhia encheu o salão nobre da colectividade de boa disposição e de recordações da música ligeira portuguesa de outrora.
A primeira parte foi preenchida pelo Grupo Cénico A Fénix que, através de sketches atrevidos, criticou a vida social e politica do país onde não faltou um Scolari com pronúncia de Setúbal, um José Mourinho ao pormenor, um Jorge Gabriel e as Doce, uma vereadora baralhada, um Santana Lopes e a Manuela Ferreira Milk .
A segunda parte esteve a cargo do grupo musical de animação Algazarra & Companhia que tocou uma fantasia russa intitulada "Teus Olhos Negros" e, na companhia agradável da cantora Maria da Graça, prestou tributo a José Carlos Ary dos Santos, recordando os temas "Apenas o Meu Povo" (1973) e "Desfolhada Portuguesa" (1969), este último encenado e igualado à época, revivendo a Simone de Oliveira e o saudoso maestro Ferrer Trindade.
Num momento único e solene foi declamado o poema "Estrela da Tarde", também de Ary dos Santos.
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Há Dias Difíceis
Mas não escrevo isto porque estou chateado com alguém... Alguém ja não me chateia. Escrevo isto porque ando cansado: cansado de andar de um lado para o outro, cansado d'algumas pessoas, cansado de estar cansado.
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Adeus (Palavras Gastas)
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Já não temos nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.
Poema de: Eugénio de Andrade,
Canta: Simone de Oliveira
terça-feira, 15 de abril de 2008
Calor
Ora vem, ora vai tal como o sol de inverno que teima em não nos deixar e, enquanto o São Pedro não se decide em enviar-nos o calor de Abril, vamo-nos contentando com dias chuvosos, outros de ventos que trazem à estrada a calma Baía do Seixal e outros soalheiros que até sugerem uma roupa mais arejada...
É assim, as estações são para riscar definitivamente do nosso calendário e dar lugar a dias frios e dias quentes que ter-se-á que sufixar os respectivos aumentativos com o avancar da história.
Onde está o "Abril, águas-mil"? Talvez tenha ido ter com o "Março marçagão, manhãs de inverno e tardes de verão"!
Está tudo muito estranho... e não só as estações!
Na Dona Maria II anda por lá o inverno, embora não tão rigoroso como o anterior e na Nuno Álvares Pereira fixou-se o verão, embora ultimamente esteja a puxar o outono... enfim!
Só ao fim de semana tem feito bom tempo, apesar de o ter passado (e muito bem) em casa do Ricardo a escrever música. Às vezes penso que até posso ser feliz onde menos espero... mas isso não tem a ver com a casa do Ricardo, mas com o resultado da nossa música!
Hoje parece que nada faz sentido, pois tudo o que digo não bate certo.
Este texto era para ser sobre o 25 de Abril de 1974, mas a Margarida Calqueiro pensa que sabe tudo sobre mim, e enganou-se! Fica para a próxima semana.
Últimamente tenho andado muito feliz com os meus amigos: apetece-me fazer uma qualquer maluquice com o Ricardo, passar uma tarde a rir com a Poupinha, passar uma noite a conversar com a Calqueiro (e a cuscar!), fazer miminhos à Matilde e apertar o pescosso às manas Perdigão!
Mas enquanto isso não vai acontecendo, vão mas é aproveitar o calor de Abril que dura pouco.
E pronto, quem sabe, sabe e o Barradas é que sabe!
Sejam todos muito felizes que eu também o serei certamente!
sábado, 29 de março de 2008
Interrogação Sem Resposta
E todas as noites os homens morriam,
Choravam as mães, as mulheres, as irmãs,
Choravam os olhos que já os não viam.
E em todos os campos e em todos os mares,
E em todas as ruas e em todos os portos,
Nas cadeiras vazias de todos os lares
Perguntam os mortos porque foram mortos.
A que sol murcharam as promessas largas?
A neblina esconde a terra prometida.
Quem marcou a cinza tantas horas amargas,
Imenso quadrante do relógio da vida.
Palavras moldadas no barro do engano,
Promessas de tudo trocadas em nada.
Frases apagadas como apaga o oceano
Os passos dum homem na areia molhada.
Em todos os campos e em todos os mares,
E em todas as ruas e em todos os portos,
Nas cadeiras vazias de todos os lares
Perguntam os mortos porque foram mortos.
E nós que sabemos a verdade e a sentimos
Para lá das falas, das razões, dos motivos,
Provemos aos mortos que não os traímos,
Devolvendo aos vivos a terra dos vivos,
Devolvendo aos vivos a terra dos vivos!
Valsa das Papoilas
Foi incluída nas comemorações do Dia Mundial do Teatro, nos antigos refeitórios da Fábrica Mundet com sala cheia.
Vi-a na Mundet com o Ricardo, a Catarina e a Marisa e, como gostei, repeti no Animateatro com o Canelas e o Ricardo.
Podemos ver todos os sábados, até 19 de Abril no espaço Animateatro.
Ficha Técnica
Concepção geral: Ricardo G. Santos, Lina Ramos e Alexandra Varela
Elenco: Alexandre Gregório, Patrícia Cairrão e Pedro Ribeiro
Adaptação: Ricardo G. Santos
Produção: Lina Ramos
Imagem Gráfica: Luis Mileu
Músicas: Ricardo G. Santos
As comemorações prosseguem no Animateatro e na Sociedade Filarmónica União Seixalense, entre outros, até Abril.
sexta-feira, 28 de março de 2008
O Amigo Que Eu Canto
A letra é do poeta José Carlos Ary dos Santos e a música de Fernando Tordo.
Desde quando nasci
Que o conheço e lhe quero
Como a um irmão meu
Como tudo o que espero.
É um homem que tem o condão da doçura
No sorriso de água, nos olhos cansados,
É metade alegria, é metade ternura
Nas palavras cantadas, nos gestos dançados,
Nos silêncios magoados.
Tem um rosto moreno
Que o inverno o marcou
E apesar de ser forte,
É um homem pequeno
Mas maior do que eu sou.
Tem defeitos, é certo. Como todos nós.
Fala, às vezes no ar
Mas quando dentro dele a alma ganha a voz
É tal como se fosse o som do nosso mar,
Se pudesse falar...
REFRÃO
Foi capaz de mentir,
Foi capaz de calar
É capaz de chorar e de rir,
Tem um quê de fadista,
Tem um quê de gaivota,
E a mania que há-de ser artista.
Quando vê que precisa
É capaz de roubar,
Mas também sabe dar a camisa.
Foi capaz de sofrer,
Foi capaz de lutar,
È capaz de ganhar
E perder.
É um amigo meu que às vezes me ofende
Mas que eu sei que me escuta,
Que eu sei que me ouve
E também compreende.
Quantas vezes lhe digo que tenha juízo,
Que a mania dos copos só lhe faz é mal,
Que a preguiça não paga e que o trabalho é preciso.
Ele encolhe-me os ombros num despreso total,
Este tipo é assim, mas...
REFRÃO
Foi capaz de mentir,
Foi capaz de calar
É capaz de chorar e de rir,
Tem um quê de fadista,
Tem um quê de gaivota,
E a mania que há-de ser artista.
Quando vê que precisa
É capaz de roubar,
Mas também sabe dar a camisa.
Qual o nome final
Deste amigo que eu canto?
Pois é claro que é
Portugal.
sábado, 15 de março de 2008
Recordações
Aqui recordo o primeiro dia que fui músico, porque o que é bom, é para ser lembrado!
terça-feira, 11 de março de 2008
Hoje
Hoje ficaria horas, ou mesmo o dia todo junto dos meus grandes amigos a falar, a rir ou somente a olhar para eles... Eles que têm a vida ocupada, como todos nós.
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Desfolhada Portuguesa
A música é da autoria de Nuno da Nazareth Fernandes com orquestração de Ferrer Trindade e a letra de José Carlos Ary dos Santos.
Desfolhada Portuguesa
Corpo de linho, lábios de mosto
Meu corpo lindo, meu fogo posto
Eira de milho, luar de Agosto
Quem faz um filho fá-lo por gosto
É milho-rei, milho vermelho
Cravo de carne, bago de amor
Filho de um rei que sendo velho
Volta a nascer quando há calor
Minha palavra dita à luz do sol nascente
Meu madrigal de madrugada
Amor, amor, amor, amor, amor presente
Em cada espiga desfolhada
Lalalala lalalala lala lalala...
Lala lala lalalala...
Lalalala lalalala lala lalala...
Lalalala lala lala...
Minha raiz de pinho verde
Meu céu azul tocando a serra
Ó, minha mágoa e minha sede
Ao mar, ao sul da minha terra
É trigo loiro, é além Tejo
O meu país neste momento
O sol, o queima, o vento, o beija
Seara louca em movimento
Minha palavra dita à luz do sol nascente
Meu madrigal de madrugada
Amor, amor, amor, amor, amor presente
Em cada espiga desfolhada
Lalalala lalalala lala lalala...
Lala lalala lalalala...
Lalalala lalalala lala lalala...
Lalalala lala lala...
Olhos de amêndoa, cisterna escura
Onde se alpendra a desventura
Moira escondida, moira encantada
Lenda perdida, lenda encontrada
Ó, minha terra, minha aventura
Casca de noz desamparada
Ó, minha terra, minha lonjura
Por mim perdida, por mim achada
Lalai lala lalai lala lalala lai la...
Lala lalai la lalai lala...
Lalai lala lalai lala lalala lai la...
Lalalalai... lai lai lai lai...
Desfolhada Portuguesa (Inglês)
Portuguese Husking
Body of linen, lips of must
My lovely body, my burning fire
Threshing-floor, August moonlight
Who conceives a child, does it for pleasure
It's red maize, red coloured maize
Flesh wart, grain of love
Son of a king that, being old
Grows back when times are warm
My word spoken at the rising sun's light
My dawning madrigal
Love, love, love, love, present love
In every husked corncob
Lalalala lalalala lala lalala...
Lala lala lalalala...
Lalalala lalalala lala lalala...
Lalalala lala lala...
My green pine root
My blue sky touching the ridge
Oh, my sorrow and my thirstiness
To the sea, south of my homeland
It's blond maize, it's beyond Tagus
My country at this moment
The sun burns it, the wind kisses it
Extatic corn-field in motion
My word spoken at the rising sun's light
My dawning madrigal
Love, love, love, love, present love
In every husked corncob
Lalalala lalalala lala lalala...
Lala lalala lalalala...
Lalalala lalalala lala lalala...
Lalalala lala lala...
Almond eyes, obscure well
Where my misfortune is protected
Hidden moor, enchanted moor
Forfeited legend, found legend
Oh, my homeland, my adventure
Helpless nutshell
Oh, my homeland, my remoteness
By myself lost, by myself found
Lalai lala lalai lala lalala lai la...
Lala lalai la lalai lala...
Lalai lala lalai lala lalala lai la...
Lalalalai... lai lai lai lai...
Desfolhada Portuguesa (Castelhano)
Deshojada
Cuerpo de junco, labios de grana, cuerpo que quema como la llama
Una elegida ha crecido, nacer un hijo, amor cumplido
Trabajo miel, grano maduro, blanco clavel, hoja de amor
Hijo de un rey que siendo viejo vuelva a nacer con mi calor
En mi palbra que a la luz del sol naciente, es madrigal de madrugada
Amor, amor, amor, amor, amor presente en cada espiga deshojada
(La la la la la la la la la la la la la...)
(La la la la la... la la la la...)
(La la la la la la la la la la la la la...)
(La la la la la la la la...)
¡Ay!, mi raíz de pino verde, mi cielo azul junto a mi sierra
¡Ay! pena mía, mi seda ardiente, ¡ay!, mar azul, mar de mi tierra
Espiga rubia junto al Tajo, en mi país - feliz momento
El sol lo peina, lo mece el viento, es trigo loco en movimento
En mi palbra que a la luz de sol naciente, es madrigal de madrugada
Amor, amor, amor, amor, amor presente en cada espiga deshojada
(La la la la la la la la la la la la la...)
(La la la la la... la la la la...)
(La la la la la la la la la la la la la...)
(La la la la la la la la...)
Ojos de almendra, caverna oscura donde se esconde la desventura
Mora escondida, mora encantada, por mí perdida, por mí encontrada
Y por la tierra de tu amada, barco de miel desamparada
Y por la tierra, tierra adorada, por mí perdida, por mí encontrada
La la la la la la la la la la la la la...
La la la la la... la la la la...
La la la la la la la la la la la la la...
La la la la la la la la...
Desfolhada Portuguesa (Francês)
Terre Guitare
Cœur de lumière, levres de soif, un cœur de fièvre, un feu de joie
À la nuit où tu encoules le champ pour mettre en route un tas d'enfants
Vers le maïs l'amour est blanc, dans mon pays l'amour est rouge
Fruits des amants et des moissons de nos deux corps quand le sang brûle
Mon bel amour, mon tendre amour, soleil et sang, tendres paroles dites au matin
Amour, amour, amour, amour, amour présent, terre guitare, voix de raisin
(La la la la la la la la la la la la la...)
(La la la la la... la la la la...)
(La la la la la la la la la la la la la...)
(La la la la la la la la...)
La mer au sud de mon pays saigne de sang des découvertes
Oh... ma douleur et mon soucis, aux heures de joie jamais ouvertes
C'est du blé chaud, du blé du Tage, mon beau pays, rose des vents
C'est l'heure d'orages, l'heure des poètes, oh... mon passé et mon présent
Mon bel amour, mon tendre amour, soleil et sang, tendres paroles dites au matin
Amour, amour, amour, amour, amour présent, terre guitare, voix de raisin
(La la la la la la la la la la la la la...)
(La la la la la... la la la la...)
(La la la la la la la la la la la la la...)
(La la la la la la la la...)
Terre guitare aux yeux d'amande où le malheur est presque tendre
Terre assoiffée, terre brûlante, emprisonnée dans sa légende
Oh mon pays, mon madrigal, mon horizon de femmes brunes
Oh mon pays, mon Portugal, oh... ma splendeur au clair de lune
La la la lay la la la lay la lay la la la...
La lay la lay... la lay la lay...
La lay la la la lay la la la lay la lay la...
La lay la la la lay lay lay...