sábado, 17 de junho de 2006


Seixal 'ganhava' Conservatório Metropolitano de Música
Há precisamente 5 anos, a imprensa concelhia e nacional apresentava a seguinte notícia:

A partir de Novembro, o concelho do Seixal vai dispor de um conservatório de música. Chamar-se-á Conservatório Metropolitano do Seixal e vai ser instalado na Quinta da Fidalga, junto às Cavaquinhas, que dispõe de uma antiga casa senhorial datada do século XVI e que a Câmara adquiriu no ano passado. O parceiro estratégico para o desenvolvimento deste pólo cultural vai ser a Associação Educação e Música de Lisboa, entidade gestora da Orquestra Metropolitana de Lisboa, do Conservatório Metropolitano e da Academia de Música de Lisboa.
A abertura de um conservatório no Seixal “é um sonho antigo da autarquia, já que o concelho tem uma grande tradição ao nível das bandas filarmónicas”, considera o presidente da Câmara Municipal, Alfredo Monteiro, frisando que o município dispõe de cinco bandas centenárias, com músicos espalhados por quase todas as orquestras do País. Por isso, defende que esta “era uma lacuna que faltava preencher”, nomeadamente no que diz respeito à promoção da identidade musical daquele concelho.
A Associação Educação e Música de Lisboa é a parceira da Câmara no desenvolvimento deste pólo cultural, pois foi a entidade “que correspondeu a todo este conjunto de requisitos”. Uma parceria que, este mês, levou à assinatura do protocolo entre as duas partes (...).
Hoje vale a pena perguntar: onde está o conservatório? E por que ralo abaixo foi o sonho antigo da autarquia? E a lacuna, está preenchida pelo Portugal a Rufar?
Pois é, neste concelho há muitos assuntos que viram completamente a seu oposto e, para que o povo não reprove o poder local, promovem-se festas e feiras com o brasão de uma das Câmaras mais endividadas do país.
É triste saber que os músicos seixalenses têm que se deslocar para Lisboa e Setúbal e, se quiserem fazer um curso profissional que engloba música/escolariedade completa, basta dirigirem-se à Covilhã! É mais triste ainda ver bandas filarmónicas centenárias, que sempre tiveram dificuldades financeiras, serem despresadas monetariamente com as "esmolas" que a Câmara oferece e saber que existem "orquestras de percussão" com dez anos de vida a receberem avantajados subsídios, festas de barulho pagas, sede social construida pela Câmara e que nem sequer dizem que são do Seixal, enquanto que a primeira coisa que transparece numa filarmónica é o nome da terra.
Tal como o conservatório, havemos de esperar eternamente pela universidade, pelo hospital, pela ponte para o Barreiro, pelo metropolitano e pelo bom senso da autarquia, pois é excusado falar nos carros topo-de-gama (da C.M.S.) em que os vereadores circulam.
Tenho pena de viver num Seixal que vai perdendo a confiança dos municipes, pois poderiamos estar muito melhor e muito mais bem situados.