domingo, 22 de fevereiro de 2009

Desabafo do Coração

"Até o mais friorento sente calor" disse-me uma vez uma amiga minha que, com toda a razão, afirmou em jeito de provérbio.
Eu posso adaptá-lo a mim, porque sendo um rapaz simpático e alegre: "até o mais feliz sente tristeza", que é o que ando a sentir nos últimos dias.
A última semana de aulas antes do Carnaval foi muito desgastante, devido ao excesso de cansaço e à minha surpreendente afonia que me deixou de rastos.
Para ajudar à tristeza, as amigas manas foram até à Estrela e, até agora, não sei novidades acerca da sua estadia e delas próprias...
No sábado fui até ao Bairro Alto ver o guitarrista numa das suas audições, que para mim, foi a primeira a que assisti. Adorei! Mesmo muito.
Mas mesmo assim sinto-me triste, como que se ninguém se lembrásse de mim e, que apesar de estar numa época alegre, é o primeiro Carnaval que não rima com alegria...
Na União, não há festejos (num sítio que outrora teve dos melhores carnavais do distrito de Setúbal), devido a persistentes e repetitivos erros. Hoje quem cresce de vento em poupa é a Timbre e a Operária, merecidamente!
Também nesta semana na União aconteceu um boato acerca de mim muito interessante. Acho graça ao que vai acontecendo e, se eu mandásse, esse menino levaria um correctivo por andar a dar esmola a mais ao pobrezinho.
Mas não me apetece falar da União porque, para tristezas, falo das minhas, apesar de, na minha opinião, a minha melancolia justificar-se apenas pela saudade de estarmos todos juntos, mas enfim!

Isto há-de passar, como tudo, como todos, excepto aqueles que guardo no meu coração, cuja chave perdi e, como tal, não os posso tirar de lá.
Entretanto vou cantando a minha "Flor de Sal" e sorrindo enquanto escrevo estas coisas e saio um pouco à noite com o guitarrista, nem que seja de madrugada!
Um grande abraço aos meus amigos, que fazem parte da minha vida... E eles sabem-no!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Um Cais Diferente

É neste cais
Que vejo o pôr-do-sol,
Que sinto a brisa do mar,
Que espero que as gaivotas
Passem por ele a voar.
*
É neste cais
Que aprendi a sonhar
Com aqueles que gosto,
Pois ali descobrimos
As noites de Agosto.
*
É neste cais
Que paramos o tempo
Sobre as negras águas
Para depois conversarmos
As alegrias e as mágoas.
*
É neste cais
Que noutrora atracavam
Os pescadores do Seixal,
Que me sento e deslumbro
O moinho de maré e a capital.
*
É neste cais
Que a qualquer hora
Me afasto da cidade,
Como que se tivesse encontrado
um cais de liberdade.


terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Almada Viva!

Por duas ocasiões diferentes, desloquei-me à cidade vizinha com planos agendados!

Na primeira, andei, pela primeira vez, no Metro Sul do Tejo e na outra fui até ao teatro assistir a uma das melhores peças que conheci até hoje.
Fui, mas não sozinho! Levei aqueles que da minha felicidade fazem parte.
Começo por falar daquilo que mais gostei.



Teatro: "Acamarrados", de Enda Walsh

Esta peça mostra-nos a vida de um pai e uma filha presos a uma cama suja. Cada um deles conta compulsivamente a sua história: o pai fala da ascensão e queda da sua empresa de móveis, com todos os pormenores, ajudado pela filha, enquanto que esta conta aquando de um passeio na praia, as histórias que a mãe lhe lia e as saudades que dela tem.

Ambos mostram a sua visão do mundo conjugada com luzes, até que as histórias se cruzam, neste momento e nesta cama, onde tudo é frenético, cruel e feio, mas onde talvez seja finalmente possível uma verdadeira conversa entre os dois, e talvez consigam então parar e dormir.

Em "Acamarrados", o pai construiu paredes e mais paredes dentro de casa, até a filha ficar numa caminha: erigiu paredes à volta e entrou, também ele, para a cama.

Esta história conjuga violentamente o dramático com o humor, terminando com um beijo de pai para filha, tão ternurento e sincero que faz chorar quem assiste.

"Acamarrados" esteve em cena no Teatro Municipal de Almada, com um excelente trabalho levado a bom-porto por: António Simão e Carla Galvão (actores); Tradução de Joana Frazão; Cenário e figurinos por Rita Lopes Alves; Luz: Pedro Domingos; Produção de António Simão e Pedro Carraca (assistente).



Passeio: Metro Sul do Tejo, entre o Laranjeiro e Cacilhas

Na passada semana iam quatro amigos num passeio de carro sem destino quando o mais magro dos quatro disse:

-"Porque não paras o carro e vamos de metro até Cacilhas?". Foi uma boa ideia, esta do Ricardo (que às vezes até tem boas ideias!).

Estacionei o carro e fomos directos à paragem onde comprámos o bilhete por apenas 0,85€ (válido por uma hora e recarregável nos cartões Lisboa Viva e Sete Colinas).

A viagem foi muito boa! Constatámos que o século XXI chegou a Almada e o conforto oferecido pelo metropolitano era apetecível.

Ao chegar a Cacilhas, demos uma volta até ao Ginjal e apreciamos a vista para a capital.

Num futuro próximo, antes de eu me reformar (espero!), o Metro Sul do Tejo chegará ao Seixal, tendo uma paragem mesmo junto à minha casa.
Mas enquanto isso não acontece, apenas podemos viajar entre Corroios e o concelho de Almada.