sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Morro, Mas Morro de Pé

Navego,
Navego pelos meus sonhos
Como se fossem sempre os últimos,
Como se acabasse naquele momento
A minha vontade de viver.

Mesmo naqueles dias em que não estou bem comigo mesmo
Penso naqueles de quem mais gosto.
A família e os meus três grandes amigos
Que sei que um dia me hão-de ver partir
Para melhor? Para pior?
Não sei. Não imagino. Não perguntarei.

Quero que a minha vida seja
Uma luta contra aquilo que está errado,
Uma cantiga de amor para os meus amigos,
Uma cantiga de amigo para os meus amores.
Se viver mais do que aquilo que devo,
Então morro.
Morro, mas morro de pé.

Mário Barradas

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Lisboa de Fronte Não Sabe Quem És

Já dizia o poeta: "Seixos, conchas, praias, moinhos, marés / Lisboa de fronte não sabe quem és", com toda a razão!
A terra que me adoptou como seu gentílico sempre andou esquecida no tempo e no espaço, embora com avanços significatívos nalgumas áreas, a Praia de Seixos poderia ser melhor, maior e bela.

Assim sendo, que mais posso fazer senão comentar e sugerir? Espero que alguém de direito leia o que escrevo e siga algumas ideias minhas!

A Rua Paiva Coelho tem árvores de fruta de uma ponta à outra, mas existem ameixoeiras que poderiam ser substituidas por laranjeiras ou oliveiras, pois o chão está sempre imundo debaixo destas; na mesma rua existem caldeiras sem árvores (que mais parecem wc caninos); o jardim da Praça dos Mártires da Liberdade tem um lago de cisnes, mas sem cisnes; neste jardim também faziam falta umas mesas com bancos pois não existem em nenhuma parte da freguesia; o que faz o monumento à Muleta do Seixal na rotunda da Rua da Cordoaria na Cruz de Pau? Que eu saiba, apesar de estar no brasão municipal, a muleta sempre foi do Seixal - freguesia; porque nos esquecemos daquela que tornou o Seixal independente e deu-lhe território e notoriedade - a rainha Dona Maria II? Poderia haver um monumento (mesmo que simbólico) à fundadora do concelho; também é incompriensível que o jardim da Quinta dos Franceses não tenha iluminação, assim como todos os cais e pontões que são escuríssimos à noite; continuando junto ao rio, também é de reparar que este tem vindo a ganhar terreno no Largo dos Restauradores e que os postes de electricidade estão quase de molho quando a maré está em preia-mar.

Também posso perguntar uma pequena curiosidade: porque é que o Beco da Sociedade Timbre Seixalense continua a chamar-se Rua da Sociedade Timbre Seixalense? Que eu saiba, uma rua é uma elo de ligação por onde se pode circular, e esta rua deixou de o ser quando construiram a sede da colectividade com o mesmo nome em cima da rua!

A ver se o Seixal melhora, para que um dia gritemos todos juntos com o tal poeta: "A água é tão boa e o ar tão perfumado / Não gosto de Lisboa, perfiro este lado".