E ele nunca mais chega!
Ora vem, ora vai tal como o sol de inverno que teima em não nos deixar e, enquanto o São Pedro não se decide em enviar-nos o calor de Abril, vamo-nos contentando com dias chuvosos, outros de ventos que trazem à estrada a calma Baía do Seixal e outros soalheiros que até sugerem uma roupa mais arejada...
É assim, as estações são para riscar definitivamente do nosso calendário e dar lugar a dias frios e dias quentes que ter-se-á que sufixar os respectivos aumentativos com o avancar da história.
Onde está o "Abril, águas-mil"? Talvez tenha ido ter com o "Março marçagão, manhãs de inverno e tardes de verão"!
Está tudo muito estranho... e não só as estações!
Na Dona Maria II anda por lá o inverno, embora não tão rigoroso como o anterior e na Nuno Álvares Pereira fixou-se o verão, embora ultimamente esteja a puxar o outono... enfim!
Só ao fim de semana tem feito bom tempo, apesar de o ter passado (e muito bem) em casa do Ricardo a escrever música. Às vezes penso que até posso ser feliz onde menos espero... mas isso não tem a ver com a casa do Ricardo, mas com o resultado da nossa música!
Hoje parece que nada faz sentido, pois tudo o que digo não bate certo.
Este texto era para ser sobre o 25 de Abril de 1974, mas a Margarida Calqueiro pensa que sabe tudo sobre mim, e enganou-se! Fica para a próxima semana.
Últimamente tenho andado muito feliz com os meus amigos: apetece-me fazer uma qualquer maluquice com o Ricardo, passar uma tarde a rir com a Poupinha, passar uma noite a conversar com a Calqueiro (e a cuscar!), fazer miminhos à Matilde e apertar o pescosso às manas Perdigão!
Mas enquanto isso não vai acontecendo, vão mas é aproveitar o calor de Abril que dura pouco.
E pronto, quem sabe, sabe e o Barradas é que sabe!
Sejam todos muito felizes que eu também o serei certamente!
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