O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando Pessoa, 1930
1 comentário:
Olá Mário.
Não fazia ideia que tens um blog, e muito menos que gostas de coisas tão fixolas...
Olha este poema significa tanto para mim, pah Fernando Pessoa é tao brutal.
É inclrivel como ele consegue descrever o Poeta e ao mesmo tempo o homem... É que é mesmo isso que fazemos todos... Colocamos máscaras no nosso dia a dia para enfrentar os vários desafios que a vida nos porpõe.
É por isto que a plavra pessoa, vem da palavra Persona, esta que por sua vez significa Pessoa e Máscara...
Não é ao acaso, é porque nós somos mesmos assim, uma série de máscaras =)
Convido-te a passar no meu blog.
Beijinhos
(Sara Guerra, a menina do Clarinete)
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