terça-feira, 31 de janeiro de 2006

32 anos de Democracia em Portugal



«Trova do Vento que Passa»

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

Manuel Alegre
(Imagem: Monumento ao 25 de Abril no Seixal)

quinta-feira, 5 de janeiro de 2006

Sociedade Filarmónica União Seixalense


Considerada como uma das melhores bandas do país e a melhor banda do sul de Portugal, a Sociedade Filarmónica União Seixalense orgulha-se de ter tão prestigiada banda, que conta com muitas semelhanças com as bandas do norte do país, talvez devido aos seixalenses, à qualidade dos seus músicos ou até ao facto do maestro ser do norte. Uma coisa podemos afirmar: a banda da União é única!

A Sociedade Filarmónica União Seixalense, também designada por “Os Prussianos”, foi fundada a 1 de Junho de 1871, no reinado de D. Luis, junto com a banda filarmónica.
Das actividades culturais da Sociedade Filarmónica União Seixalense destaca-se a promoção da cultura através da banda filarmónica, que mantém em actividade uma escola de música (Escola de Música Matias Lucas) que funciona ininterruptamente desde a sua fundação. Os alunos da Escola de Música também promovem actividades: o Coro e Orquestra Juvenil.
Foram conferidos à S.U.S., ao longo da sua existência, as seguintes distinções:
Medalha de Louvor, pela Cruz Vermelha Portuguesa (1926);
Grau de Cavaleiro da Ordem de Benemerência, pelo Presidente da República (1935);
Medalha de Instrução e Arte e Diploma de Generosidade e Filantropia, pela Federação Portuguesa das Colectividades de Cultura e Recreio (1956);
Medalha de Honra, pela Câmara Municipal do Seixal.
Em 1971, no decurso das comemorações do seu centenário, a banda gravou um disco de vinil por iniciativa da então comissão das comemorações do Centenário. Em 2001 gravou um CD para continuar a provar o seu rigor artistico.
A banda da União Seixalense foi a primeira em Portugal que tocou a Ópera "Carmen" de Georges Bizet, trazida por um presidente da direcção na sua ida a França no século XIX.
Desde 1871 que a S.U.S. tem vindo a satisfazer as necessidades dos sócios e músicos: o Seu primeiro Grupo Cénico foi criado em 1927 e a biblioteca foi inaugurada em 1945.
Existiu uma comissão que cuidava de todos os eventos e até da própria Sociedade: a Comissão dos Anjinhos Enrascados, que organizava as Festas de São Pedro do Seixal, juntamente com outras Comissões de Festas.
Desde a Sala de Petiscos, à Biblioteca, do Salão Nobre ao Café e até na Sala da Banda, poder-se-à encontrar um leque de recordações da banda e da Sociedade de outros tempos.

terça-feira, 3 de janeiro de 2006

Baía Natural, um património a preservar!


A Baía do Seixal é um braço do Rio Tejo que invade a zona mais baixa do território do concelho servindo de divisão entre as Cidades do Seixal e Amora. A Baía conta com inúmeras riquezas à sua volta que a complementam, auxiliado a população a disfrutar da dislumbrante paisagem, especialmente no pôr-do-sol.
Pode-se visitar junto da baía a Quinta da Fidalga ou Vale de Grou, o Parque da Quinta dos Franceses, o Forum Cultural do Seixal, a Fábrica de Cortiça Mundet, o Coreto da Amora, os núcleos históricos de Amora, Arrentela e Seixal e o passeio ribeirinho com ciclovia. Dentro da baía pode-se disfrutar de um passeio nas embarcações típicas: o varino Amoroso e as fragatas Baía do Seixal e Gaivotas.
Nela desagua o Rio Judeu, junto à Ponte da Fraternidade / Sapal da Torre da Marinha. Ainda dela, e não só, foram aproveitadas as forcas das marés para moer os cereais. Construiram-se os Moinhos de Maré com destaque para o único recuperado: o Moinho de Maré do Castelo (em Corroios) e os Moinhos de Maré dos Paulistas, da Torre, da Marinha das Vacas, Zeimoto, entre tantos outros.
Num futuro próximo, a Baía do Seixal contará com marinas e praias fluviais. Por agora conta com um novo ex-libris para os seixalenses: o barco-restaurante situado no Caís da Mundet.