A vida corria bem para o Grupo de Baile naquele ano de 1981.Já não eram apenas o grupo de amigos que se conheciam desde a infância, dos tempos em que tocavam na Sociedade Filarmónica União Seixalense, nem sequer aquela banda que corria pelo circuito dos bailes com umas rocalhadas importadas do estrangeiro.As 99 mil cópias do single "Patchouly/Já Rockas à Toa", lançadas em Janeiro no mercado, foram consumidas vorazmente. As que traziam o "piiiiii" sobre a palavra "pentelho" e as em que se ouvia tudo. O Grupo de Baile fez disco de ouro em apenas um mês. Foi tiro e queda: primeiro o tiro, depois a queda.
Quase dois anos depois, mesmo tendo gravado um novo single, "Estória Linda", o Grupo de Baile não voltou a ter o mesmo sucesso. Volatizaram-se. Viveram a mesma história que muitas outras bandas nascidas durante o "boom" do rock português, na euforia daqueles anos de 1980 a 1982, em que o panorama musical explodiu de uma tal forma que só podia mesmo vir depois a implodir.
Músicos:
Carlos Manuel Tavares ( voz)
Vicente Andrade (guitarra)
Luís Rosado (bateria)
António Manuel (baixo)
Luís Landeiroto (orgão)
Marcelino (saxofone alto)
João Mário (saxofone tenor)
José Manuel Raminhos (trompete)
Letras:
Vitor Manuel Perdigão
"Patchouly"
Ai que bem cheiras, que bem cheiras dos sovacos,
as meias rotas e os sapatos descascados,
Nas avenidas ainda fazes os teu engates,
e tudo graças ao perfume Patchouly…
Essas miúdas das escolas secundárias,
com cheiro a leite e o soquete p’lo artelho,
ficam maradas com o teu charme perfumado,
o teu perfume Patchouly…
Essas míudas das escolas secundárias
já fumam ganzas na paragem do eléctrico,
conversas parvas com mais mousse que pentelho,
não dizem duas quando estão ao pé de ti…
Porque elas gostam de te ver e cheirar
o teu perfume Patchouly